PROJETOS

 Aprendizagem Baseada em Projetos 

Para o desafio do Séc. XXI

Resumo
Atualmente os desafios são muitos e exigem que os professores deixem de pensar em aprendizagens meramente focadas nas suas disciplinas, mas numa aprendizagem global, onde os conhecimentos se relacionam. O mercado de trabalho exige que os alunos sejam flexíveis, resilientes, criativos, capazes de resolver problemas, bons colaboradores e comunicadores. Competências estas que através do processo de ensino tradicional, com exposição de conceitos e aplicação de testes não se desenvolvem. É urgente que os professores repensem as suas abordagens e em equipas possam pensar em projetos, problemas que permitam a aquisição de conhecimento interligados, múltiplas competências e adquiriam valores. 

A metodologias de Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP) incide fortemente nessas competências e as diferentes valências dos alunos são valorizadas e todos podem contribuir positivamente para o desenvolvimento do projeto. Nesta abordagem a utilização das tecnologias é um processo natural, pois é igualmente importante que os alunos sejam competentes digitalmente. A aplicação Tricider é umas das muitas que poderiam servir de base à APB, mas esta pode ser útil ao longo das várias fases da ABP. 

Contextualização
 A escola tem grandes dificuldade em acompanhar as rápidas mudanças que a sociedade enfrenta. A Internet teve um impacto tão grande e transformador na sociedade, que veio mudar a forma como acedemos à informação, comunicamos e interagimos. O acesso fácil à informação, o aparecimento de tecnologias emergentes, como: automação e robótica, a internet das coisas, a realidade aumentada, a realidade virtual, a nanotecnologia trazem-nos novos desafios e oportunidades. 
É importante que as escolas tenham um olhar atento para estas mudanças e que preparem os seus alunos para um futuro com novos desafios e oportunidades, porque a sociedade enfrenta atualmente novos desafios, decorrentes de uma globalização e desenvolvimento tecnológico em aceleração, tendo a escola de preparar os alunos, que serão jovens e adultos em 2030, para empregos ainda não criados, para tecnologias ainda não inventadas, para a resolução de problemas que ainda se desconhecem. A aquisição e desenvolvimento de competências de pesquisa, avaliação, reflexão, mobilização crítica e autônoma de informação, com vista à resolução de problemas e ao reforço da autoestima dos alunos e implementação do trabalho de projeto como dinâmica centrada no papel dos alunos enquanto autores, proporcionando aprendizagens significativas. 

Assim, professores e alunos apresentam projetos que visam contribuir para a resolução destes problemas. Neste sentido, a metodologia de aprendizagem baseada em projeto, pode contribuir para resolver estes problemas, mas também para desenvolver as várias competências mencionadas no Perfil dos Alunos à Saída da escolaridade Obrigatória (DGE 2017). 

De acordo com o Buck Institute for Education (2020), uma referência internacional sobre esta metodologia, existem sete fases essenciais da ABP, inseridas no que denominam de Gold Standard PBL: Essential project elements e que a seguir se enumeram: 

1. Questão ou Problema de investigação desafiante (“Challenging Problem or Question”) – ponto de partida para o projeto. Esta é considerada a parte mais importante da ABP, na medida em que os alunos trabalham num problema ou questão envolvente e com significado para si; 

2. Conhecimentos do currículo envolvidos (“Sustained Inquiry”) – busca continuada que permite, aos alunos, dar resposta à questão inicial, utilizando diversas fontes de pesquisa. De notar, nesta fase, a importância do envolvimento de diferentes áreas do currículo como forma de procurar respostas autênticas; 

3. Autenticidade (“Authenticity”) – partir de situações concretas, reais, do dia-a-dia que permitam um maior envolvimento dos alunos nas tarefas. A autenticidade pode ser conferida de diversas formas: pelo contexto, pelas ferramentas usadas (que podem ser digitais ou outras), pelo impacto nos outros ou pelo impacto nos interesses dos próprios alunos;  

4. Escolha e voz dos alunos (“Student Voice & Choice”) – dar voz aos alunos, perceber o que pretendem, o que mais gostam de fazer, onde se sentem mais motivados e envolvidos, atribuir-lhes papéis, procurar que sejam cidadãos ativos e participativos nos problemas da sociedade; 

5. Reflexões (“Reflection”) - os alunos e, naturalmente o professor, deverão refletir sobre o que estão a aprender, como estão a aprender e porque estão a aprender; 

6. Feedback e revisão (“Critique & Revision”) – a qualidade é alcançada através de críticas e revisões ponderadas. Os alunos devem fornecer e receber feedback de colegas para melhorar os processos e produtos do projeto, guiados por rubricas, modelos e protocolos formais de feedback/crítica; 

7. Apresentação pública (“Public Product”) - na forma de um produto final tangível ou através da apresentação pública de uma solução para o problema ou a questão de investigação encetada.

Tendo em consideração a importância da questão de investigação para a ABP, Dewey (2011) refere que “the most significant question which can be asked, accordingly, about any situation or experience proposed to induce learning is what quality of problem it involves” (idem, p.161). Wurdinger (2016) defende que experiências de ABP podem mudar vidas, quando elas conduzem a problemas do futuro e inspiram os alunos a descobrirem novos conhecimentos. Acrescenta ainda que, trabalhar em projetos, permite que os alunos colaborem com os colegas, assumam responsabilidades, comuniquem com membros da comunidade, resolvam problemas e, finalmente, aprendam como aprender. Por tudo isto, a aplicação selecionada foi o Tricider  (TUTORIAL) que  promove o pensamento crítico dos alunos através da colaboração, debate de ideias, argumentação e tomada decisões com base na opinião do grupo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não esqueça de se identificar com nome completo e disciplina.